Ensino superior eleva salário a mais que o dobro no país

Apesar do alto ganho, 25% dos estudantes abandonam a faculdade no primeiro ano e só 20% da população adulta tem diploma.

No Brasil, quem conclui o ensino superior ganha, em média, 148% a mais que quem tem apenas o ensino médio, segundo o relatório Education at a Glance 2025, da OCDE. O aumento salarial é bem acima da média dos países da organização, que é de 54%.

Apesar do potencial de ganhos, o acesso à graduação é limitado: apenas 20,5% da população adulta possui diploma. O abandono é alto: 25% dos estudantes largam a faculdade no primeiro ano, contra 13% na média da OCDE. Depois de três anos além do prazo, apenas 49% concluem o curso, enquanto a média dos países-membros é de 70%.

Entre os jovens de 18 a 24 anos, quase 1 em cada 4 não estuda nem trabalha, sendo a taxa ainda maior entre mulheres (29%) do que entre homens (19%).

O investimento do governo em ensino superior é de US$3.765 por aluno, ou 0,9% do PIB, valor próximo à média da OCDE. Dados do Inep, porém, indicam que o gasto público por aluno em universidades públicas é maior, chegando a cerca de US$15.619, enquanto a maior parte dos estudantes está em instituições privadas, cujos investimentos não entram no cálculo.

O relatório aponta que, para aumentar a conclusão e o retorno do investimento, é necessário melhorar a preparação no ensino médio, criar cursos mais claros e oferecer apoio a estudantes em risco de abandono, além de tornar a graduação mais flexível e inclusiva, com programas adaptados a diferentes perfis de alunos.